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Você não suporta mais o trabalho! Entenda a Síndrome de Burnout

Porque no passado não escutava tantos relatos de insatisfação no trabalho, stress com chefes, gerentes, colegas e ambiente laboral. Talvez no passado não percebíamos que eram as condições de trabalho e nossa aceitação das mesmas que nos levavam a estados mentais que atribuíamos a outras causas.

Será que os trabalhos mudaram? Os ambientes ficaram tóxicos e os colegas passaram a se comportarem de forma totalmente nova? A informática e os recursos da era da informação tornaram as espectativas dos empregadores de maneira mais desumanizada? Ou essa geração não está preparada para as mudanças crescentes de uma sociedade materialista que visa apenas o lucro? Ou isso sempre aconteceu mas não percebíamos. Ou chegamos a um esgotamento apenas nos tempos atuais?

Na verdade em vários períodos da humanidade ocorreram situações de extrema exaustão como na Antiguidade, Idade Média ou na Era Industrial.

Embora os sintomas de exaustão e estresse relacionados ao trabalho provavelmente sempre tenham existido, a compreensão e o reconhecimento formal da Síndrome de Burnout são desenvolvimentos modernos. A evolução do conceito reflete mudanças nas condições de trabalho, avanços na psicologia e uma maior conscientização sobre a saúde mental.

A denominação "Síndrome de Burnout" surgiu na década de 1970. O termo foi cunhado pelo psicólogo Herbert Freudenberger em 1974. Freudenberger usou o termo para descrever o estado de exaustão física e mental que observou em profissionais de saúde, especialmente aqueles que trabalhavam em clínicas de dependência química. Ele notou que esses profissionais apresentavam sintomas de esgotamento extremo, despersonalização e uma sensação de falta de realização pessoal.

A partir dessa definição inicial, o conceito de Burnout foi expandido e estudado em diversas profissões e contextos. Hoje, a Síndrome de Burnout é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, caracterizado por três dimensões principais:

1. Exaustão emocional: Sensação de esgotamento extremo e falta de energia.
2.Despersonalização: Atitudes negativas, cínicas ou distantes em relação ao trabalho e às pessoas atendidas.
3.Redução da realização pessoal: Sentimento de ineficácia e falta de realização no trabalho.

Estima-se que 50% dos profissionais de saúde experimentaram a síndrome em algum momento de sua existência. E para os demais trabalhadores calcula-se em 20 a 30%. Pessoas com Burnout têm um risco aumentado de desenvolver depressão e outras condições de saúde mental que podem levar ao suicídio. 

Estudo de 2018: Um estudo publicado no "Journal of the American Medical Association" (JAMA) encontrou uma correlação significativa entre Burnout e pensamentos suicidas entre médicos residentes. Aproximadamente 11% dos residentes relataram pensamentos suicidas, e o Burnout foi identificado como um fator de risco significativo.
Pesquisa de 2019: Uma pesquisa realizada pela "Medscape" em 2019 revelou que 44% dos médicos relataram sentir-se queimados, e 14% relataram ter pensamentos suicidas.

A inclusão do Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) pela OMS em 2019 reforçou a importância do reconhecimento e tratamento dessa condição no ambiente de trabalho.

Portanto, se estás com alguns dos sintomas relacionados acima, não estás solitário na humanidade. Milhões de pessoas no mundo estão vivenciando condições mentais e existenciais semelhantes. Precisas de ajuda! E o momento é agora! Não deixe a bomba explodir dentro de ti!

Referências

- Freudenberger, H. J. (1974). Staff burn-out. Journal of Social Issues, 30(1), 159-165.
- Organização Mundial da Saúde (OMS). (2019). Burn-out an "occupational phenomenon": International Classification of Diseases.